Comunidades de vespas de figo associadas a figueiras da seção Americanae na região Neotropical
Elmecelli Moraes de Castro Souza1; Rodrigo Augusto Santinelo Pereira1
1Laboratório de Biologia Reprodutiva de Figueiras, Departamento de Biologia, FFCLRP -USP
Figueiras e vespas Agaonidae mantém um mutualismo obrigatório no qual as figueiras
dependem das vespas para a polinização, e as vespas induzem galhas nas flores masculinas
onde sua prole se desenvolverá. Outros grupos de vespas galhadoras, cleptoparasitas e
parasitoides exploram esse mutualismo, formando comunidades de estruturas complexas.
De modo geral, este estudo teve como objetivo avaliar como comunidades de vespas de
figo são estruturadas, ou seja, se as comunidades formam módulos regionais ou são
agrupadas de acordo com a espécie hospedeira. Para isso duas hipóteses foram formuladas:
1 - a estrutura das comunidades independe das relações com as plantas hospedeiras (ou
seja, seriam estruturadas geograficamente e/ou pela morfologia dos figos); 2 - o nível de
especialização em relação ao hospedeiro independe das guildas as quais as vespas
pertencem (ie., cleptoparasitas, galhadoras e parasitoides). As comunidades de vespas de
figo seção Americanae são formadas por 5 guildas: polinizadores (Pegoscapus), galhadores
precoce (Anidarnes, Ficicola e Idarnes gr. incertus), galhadores de ovário (Idarnes gr.
flavicollis), cleptoparasitas (Aepocerus e Idarnes gr. carme) e parasitóides (Heterandrium,
Nannocerus, Physothorax e Sycophila). Nossos resultados rejeitaram as duas hipóteses. A
estrutura das comunidades são mais fortemente relacionadas às espécies hospedeiras do que
à geografia e às características morfológicas dos figos, sugerindo o modelo de colonização
e posterior diversificação no hospedeiro. Alguns grupos de vespas são mais especializadas
(e.g., Pegoscapus, Idarnes e Anidarnes) e, possivelmente, apresentam história evolutiva
mais estreita em relação às espécies hospedeiras. Outros grupos são mais generalistas (e.g.,
Aepocerus, Heterandrium, Nannocerus, Physothorax e Sycophila) e compartilham
hospedeiros, aparentemente com proximidade filogenética e semelhanças morfológicas dos
figos. Assim, de modo geral, as vespas de figo formam módulos estruturados pelos
hospedeiros, no entanto, a distribuição geográfica e proximidade filogenética das figueiras
exerce um efeito secundário (e mais fraco) na estruturação das comunidades de vespas.
Palavras chaves: ecologia de comunidades, interação inseto-planta, mutualismo, Ficus,
Chalcidoidea, rede de interação.
Financiamento: Capes
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