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Wittgenstein e a filosofia da linguagem
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Ludwig Wittgenstein (1889-1951) nasceu em Viena. Encaminhado pelo pai (Karl Wittgenstein, fundador da indústria do aço no império dos Hasburgos) foi estudar engenharia. Em 1911 foi para Cambridge para estudar os fundamentos da matemática, sob a guia de Bertrand Russel.
Em 1930 tornou-se professor no Trinity College, iniciando sua atividade de ensino superior.
As teses fundamentais
O Tractatus logico-philosophicus saiu em 1921, em alemão e foi publicado em inglês em 1922, acompanhado do texto alemão, com uma introdução de Bertrand Russell.
As teses fundamentais do Tractatus são as seguintes:
“O mundo é tudo o que acontece”.
“O que acontece, o fato, é a existência dos fatos atômicos”.
“A representação lógica dos fatos é o pensamento”.
“O pensamento é a proposição exata”.
“A proposição é uma função de verdade das proposições elementares”.
“A forma geral da função de verdade é [r, x, N(x)]: essa é a fórmula geral da proposição”.
“Aquilo de que não se pode falar, deve-se calar”.
Em uma primeira consideração, encontramos no Tractatus uma ontologia: “O mundo divide-se em fatos”. Mas o próprio fato é divisível: “Aquilo que acontece, o fato, é a existência de fatos atômicos”. E os fatos atômicos, por seu turno, são constituídos por objetos simples: estes são substância do mundo. “O fato atômico é uma combinação de objetos (entidades, coisas)”. “O objeto é simples”. “Os objetos constituem a substância do mundo. Por isso não podem ser compostos”. “O fixo, o consistente e o objeto são uma só coisa”. “O objeto é o fixo, o consistente; a configuração é o mutável, o instável".
À teoria da realidade corresponde a teoria da linguagem. Segundo o Wittgenstein do Tractatus (ou, como se diz, o “primeiro” Wittgenstein), a linguagem é uma representação projetiva da realidade. “Nós fazemos representações dos fatos”. “A representação é um modelo da realidade”. E “o que a representação deve ter em comum com a realidade para poder representá-la - exata ou falsamente -, segundo seu próprio modo, é a forma de representação”. Sem dúvida, diz Wittgenstein, “à primeira vista não parece que a proposição - assim como, por exemplo, a que está estampada no papel - seja representação da realidade de que trata. Mas a notação musical também não parece à primeira vista, representação da música, assim como nossa escritura fonética (ou letras) também não parece uma representação de nossa linguagem falada. E, no entanto, esses símbolos se revelam, também no sentido comum do termo, como representações daquilo que representam”. “O disco fonográfico, o pensamento musical, a notação, as ondas sonoras, estão todos, entre si, naquela relação interior representativa que se estabelece entre língua e mundo. O que é comum a todas essas coisas é a estrutura lógica (como, na fábula, os dois jovens, seus dois cavalos e seus lírios, que são todos, em certo sentido, uma só coisa)”.
Por conseguinte, o pensamento ou proposição representa ou espelha projetivamente a realidade. E a cada elemento constitutivo do real corresponde outro elemento no pensamento. A realidade consta de fatos que se resumem em fatos atômicos, compostos por seu turno de objetos simples.
Analogamente, a linguagem é formada de proposições complexas (moleculares), que podem ser divididas em proposições simples ou atômicas (elementares), não ulteriormente divisíveis em outras proposições.
Essas proposições atômicas constituem o correspondente dos fatos atômicos. E são combinações de nomes, correspondentes aos objetos: “O nome significa o objeto. O objeto é seu significado”. Para exemplificar, “Sócrates é ateniense” é uma proposição atômica, que descreve o fato atômico de que Sócrates é ateniense; já “Sócrates é ateniense e mestre de Platão” é proposição molecular, que reflete o fato molecular de que Sócrates é ateniense e mestre de Platão.
A proposição atômica é a menor entidade linguística da qual se pode proclamar o verdadeiro ou o falso. O fato atômico é o que torna verdadeira ou falsa uma proposição atômica. O fato molecular é uma combinação de fatos atômicos que torna verdadeira ou falsa uma proposição molecular.
A parte “mística” do Tractatus
São essas, em resumo, as ideias centrais do Tractatus. Mas Wittgenstein se dá conta de que, embora a ciência represente projetivamente o mundo, entretanto, além da ciência e do mundo, “há verdadeiramente o inexprimível. Mostra-se; é aquilo que é místico”. “O que é místico não é como o mundo é, mas que ele é”.
“O sentido do mundo deve se encontrar fora dele. No mundo, tudo é como é, e acontece como acontece: nele não há nenhum valor - e, se houvesse, não teria nenhum valor”.
Негізгі бет A Filosofia de Wittgenstein | Prof. Anderson
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