Aos 25 anos, em 2007, João Geraldo Netto vivia tranquilamente em Petrópolis, na serra fluminense, era gerente de Marketing de uma empresa de internet, namorava havia cinco anos, estudava, saía com os amigos e fazia coisas que qualquer rapaz de sua idade costuma fazer. Até que sua vida virou de pernas para o ar.
Quinze dias depois, às 8 horas, o telefone tocou. Era do laboratório, pedindo que ele fosse dali duas horas buscar o resultado dos exames. Seria recebido pelo médico proprietário do local. “Achei estranho e perguntei o motivo. Disseram que era praxe. Claro que não era normal o dono entregar todos os exames para todas as pessoas…”
João saiu desesperado do trabalho. “Ao chegar lá, esperei cinco minutos. Os cinco minutos mais longos da minha vida. Tinha medo de ouvir que estava com câncer. Na infância, descobri uma alteração no sangue e fazia controle para não evoluir.” João lembra da paciência do médico ao explicar que o exame havia apontado positivo para HIV e que pediria teste complementar.
“Eu e meu parceiro na época fizemos os exames. Meu maior medo era tê-lo infectado. Mas deu negativo e fiquei aliviado.” O novo exame, no entanto, confirmou o diagnóstico de João. “Minha carga viral era baixa. Eu já devia estar infectado há mais de cinco anos.”
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“Quando o João me pediu em casamento (numa espécie de quiz), tive de responder sobre qual é o apelido pelo qual ele me chama. E é ‘Príncipe’. Fomos conhecer o castelo e, com essa coisa de ele me chamar assim, a gente achou que seria o cenário ideal. Cheguei lá e falei: ‘É esse o lugar’. Tínhamos um orçamento e gastamos quase três vezes mais do que o previsto. Mas ficou exatamente como queríamos”, relembra André.
Após algum tempo juntos, resolveram que a casa precisava de uma alegria a mais, uma companhia. Adotaram o Kaio. O cão da raça pug é o xodó da casa, quase um filho. Para João, as pessoas ficam mais humanas quando têm um animal.
Sobre ter filhos, o casal conta que já conversou sobre a vontade de adotar uma criança. A crise financeira pela qual passa o país colocou a vontade em stand by. “Não é nenhuma sangria desatada. De repente, mais pra frente, pode ser que a gente queira adotar uma criança, sim”, fala João, que já tem até o nome para o filho: Arthur.
Enquanto isso, o casal só tem motivos para continuar comemorando. No início de agosto, um dos exames rotineiros de João apontou que ele está muito bem. Foram os melhores resultados desde que ele foi diagnosticado, em julho de 2007. Isso significa que os medicamentos novos estão funcionando e já mostram eficácia. “É absolutamente normal viver com o HIV”, sorri João.
Leia a matéria na íntegra na fonte original no Portal Metrópoles (goo.gl/9sPUXp)
Негізгі бет A VIDA DEPOIS DE... DESCOBRIR SER SOROPOSITIVO
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