AMARO, NORICO E LÉCO
(Francisco Brasil/André Teixeira)
"La pucha! Que já está velho
este 'libuno' do Amaro
e ainda carrega o Norico!
'Libuno do Amaro', eu digo
pelo costume no mas:
foi dele há tempos atrás…
Comprou do Léco, acredito!"
(Isto contava um gaúcho,
puxando assoprões do peito,
fazendo o fogo empeçar)
E se a gente for prosear
doutras histórias assim,
la fresca! Que não tem fim…
Porque é bem fácil lembrar!
Nem falo da matungama
que cambiando, que vendendo,
passou duma pra outra mão:
o tostado Violão;
a zaina velha Mulita;
e uma lobuna bonita
que chamavam Cerração.
Entonces vá um palita…
uma maneia ou rebenque…
venha um lenço, um maneador…
O Norico era senhor
de pechar os companheiros
nessas trocas de campeiro
adonde o gosto é o valor.
E o que se empresta, que roda
pelas estâncias, por anos,
sem que se cobre ou se peça?
Esta tesoura (pois esta!)
que traz na esquila o Amaro,
esta é do Léco (mas claro!)
que num quarteio ele empresta.
Quando se quadra uma changa
dessas que agarra o Norico,
podendo acomoda um outro:
co'o Léco levou uns potros
pra uma estância no Aceguá;
co'o Amaro foi alambrar
numas timbas do Espantoso.
Fortunas de gente pobre…
que até a sorte, de escassa,
toca pra cada, um tantito.
Nem um causo tem solitos!
Porque falando do Amaro,
não lembrar do Léco é raro
e até enxergo o Norico!
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