Muito bom o vídeo! E, nossa, obrigado. Me sinto lisonjeado e grato por indicar meu canal. Esses dias eu tava assistindo ao jogo do flamengo e algum comentarista do SporTv (não vou recordar quem, porque foi muito rápido. Mas acho que foi o Roger) fez um comentário durante o jogo de volta do Flamengo vs. ABC nas oitavas de final da Copa do Brasil. Foi mais ou menos o seguinte: O VAR acabou de anular indevidamente um gol do flamengo porque o equipamento não permitiu ver as linhas demarcatórias para a análise do que disseram ter ser sido impedimento. Agora, se nas oitavas de final da Copa do Brasil o equipamento já tá assim, e não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece, imagina nas séries C e D, onde a infraestrutura não é tão boa. Esses times terão problemas pela frente. No seu entendimento, esse foi um Argumento por Analogia? O entendo como: 1. Há problemas no funcionamento adequado da assistência de arbitragem por vídeo nas fases decisivas da Copa do Brasil. 2. A infraestrutura que permite o funcionamento adequado do VAR nas séries C e D é pior do que a infraestrutura das fases decisivas da Copa do Brasil. ∴ 3. Os times de futebol das séries C e D terão problemas com a assistência de arbitragem por vídeo. Esse argumento é interessante porque ao mesmo tempo em que ele traça as semelhanças para concluir desfechos semelhantes (problemas relacionados ao VAR), ele ressalta as diferenças que tornam o desfecho pros times das séries C e D pior do que o da Copa do Brasil.
@PlanetaFilosofia
3 жыл бұрын
Oi Argumentando. Curioso... No exemplo que deu, tanto as semelhanças como as diferenças são relevantes para a conclusão. Por um lado, a existência de semelhanças relevantes entre a Copa do Brasil e a série C/D aumenta a probabilidade de que a conclusão, (3), seja verdadeira. Por outro, a existência de certas diferenças também aumenta a probabilidade de que (3) seja verdadeira. Tentei pensar em vários modos de lidar com este exemplo, mas nenhum me pareceu funcionar. Resultado: não sei como lidar com ele. Só o que poderia dizer é que o exemplo não satisfaz as caracterizações de “argumento por analogia” que aparecem nas três introduções ao tema indicadas na descrição do vídeo. Isto porque, de acordo com aquelas caracterizações, as premissas de um argumento por analogia levam em conta apenas semelhanças entre os objetos relevantes. Se (se...) quisermos manter estas caracterizações intactas, teremos de rejeitar que o exemplo seja um caso de argumento por analogia. Claro, outra opção seria reformular ou revisar aquelas caracterizações. Bem, seja como for, ainda não tenho uma resposta. O exemplo é muito bom e não sou capaz de respondê-lo agora. Vou pensar bastante sobre ele.
@argumentando6584
3 жыл бұрын
@@PlanetaFilosofia Eu fiquei um tempo pensando e também ainda não consegui chegar numa conclusão satisfatória. Ele usa a comparação de um caso C1 com outro(s) caso(s) Cn, que é algo típico da analogia. Mas, realmente, a caracterização de argumento por analogia que eu conheço, a princípio, considera as semelhanças, apenas. Também não consegui lembrar de nenhum esquema de argumentação, por exemplo, que enquadraria adequadamente esse caso. Tá aí uma das coisas que eu adoro no estudo de argumentos em linguagem natural: um argumento cotidiano tão "bobo" (despretensioso, de 20 segundos e no meio de um jogo do flamengo) pode evidenciar o quanto a gente ainda precisa estudar o assunto ou (quem sabe, até) mesmo quanto espaço ainda há para desenvolvermos as ferramentas que temos disponíveis.
@argumentando6584
3 жыл бұрын
@@PlanetaFilosofia Descobri que esse tipo de argumento chama-se "A maiori, ad minus". Demorou, mas consegui haha.
@PlanetaFilosofia
3 жыл бұрын
Ah, bom demais. Valeu pela informação Argumentando! Vou me informar sobre isto 🙂🧐
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