As cinco vias de Tomás de Aquino são provas racionais da existência de Deus. Partem do que se chama, em teologia, de "argumento analógico," e da ideia de que há uma assinatura de Deus na natureza. Aliás, isso é também totalmente bíblico - veja Romanos 1.20, por exemplo.
A estrutura de todas as vias é similar: observa-se a natureza, identifica-se uma relação de causalidade (causa e efeito), verifica-se que esta relação de causalidade está posta numa cadeia finita e constata-se que Deus está no início dessa cadeia de causalidade.
A primeira via é a do "primeiro motor imóvel". A partir da consideração de que todas as coisas estão em movimento no universo, conclui-se que Deus deve tê-las colocado em movimento. Deus é o "primeiro motor imóvel."
A segunda via é muito parecida com a primeira, e é a via da "causa primeira." A partir da consideração de que existe uma relação de causa e efeito na natureza (relação de causalidade), Deus é considerado a "causa primeira."
Note como estas duas primeiras vias são muito atuais, até mesmo porque toda a ciência - mesmo a ciência empirista e naturalista - é baseada no estudo da relação de causalidade. Essas vias são retomadas no argumento "kalam" e podem ser encontradas no trabalho de William Lane Craig.
A terceira via é a via do "ser necessário." No universo, vemos seres contingentes (são e não são). Mas, se todos os seres fossem contingentes, o universo não poderia existir. Assim, Deus é o ser necessário que garante a existência de todos os seres contingentes.
A quarta via é a da "essência", ou da perfeição. A partir da consideração da perfeição, e de valores como verdade, virtude e nobreza, percebemos que Deus é a fonte de toda a perfeição. Se a perfeição humana pode ser medida em graus, a perfeição absoluta está em Deus.
A quinta via é a via "teleológica" (da finalidade). A existência de ordem no universo (coisas ordenadas a um fim) demonstra a existência de uma inteligência por trás da criação. Essa inteligência é Deus. Este argumento foi bastante explorado por William Paley em sua "Teologia Natural" (analogia do relógio; Deus como o "relojoeiro"), e pode ser encontrado hoje, no criacionismo científico, na teoria do "design inteligente."
Abraço especial para o Zanfa!
/ @jaulahub
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