Minha aula de itinerário do ensino médio vai ter como base esse vídeo. Obrigado pela aula professor!
@gidaltiguedes
3 ай бұрын
Olá professor! De onde és? Se eu puder contribuir mais, conte comigo.
@LucasLima-jm4wg
3 ай бұрын
@@gidaltiguedes Sou de Itapevi zona oeste da região metropolitana de São Paulo. Sou professor de História e o seu vídeo me ajudou a entender um texto de Friedrich Engels sobre a classe trabalhadora, a indiferença e o egoísmo que tomou conta da sociedade industrial.
@anacatarina3479
2 жыл бұрын
EXCELENTE explanação!!! Obrigada por compartilhar conosco seus conhecimentos!!!!
@elisamasilva6675
23 күн бұрын
Esse vídeo mim esclareceu muito ❤❤❤❤❤
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
Parabéns, meu jovem. Você nunca imaginará o quanto me ajudou com suas reflexões porque, desde quando fiquei viúva, ninguém mais consegue "compreender" algumas coisas que a mim são ínsitas.
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
Tentarei reduzir ao máximo: nasci em 1932 (sim, tenho 89 anos e, se sobreviver alguns meses, atingirei os 90) numa família em que não havia pobreza: o que existia era miséria mesmo. O papai era analfabeto, sem qualificação alguma, e filho de um casal que somente conseguiu a alforria com a Lei Áurea: a única diferença é que meu avô nasceu antes da Lei do Ventre Livre e minha avó depois; ela pôde, bem ou mal, conviver com as irmãs e os irmãos, para além da mãe e do pai, mesmo que numa senzala. Meu avô, em termos familiares, sempre foi sozinho no mundo: não sabia quem era o pai, a mãe, mas, ainda assim, tinha referências: as pessoas adultas escravizadas. A mamãe teve uma origem talvez ainda mais difícil: perdeu a mãe logo ao nascer e, meses depois, faleceu seu pai. Viveu num orfanato até que crescesse um pouco ou, melhor traduzindo, até que uma de suas tias reclamasse sua guarda ou tutela (não sei qual o termo legal para isso). Será que essa tia da minha mãe só veio a descobrir, muitos anos depois, que a cunhada faleceu, o irmão idem e ambos deixaram uma filha? Não: ela mesma encaminhou a mamãe para o orfanato, e a tirou de lá quando atingiu a idade para trabalhar na lavoura e tomar conta da casa, como se fosse empregada... escravizada.
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
O que mais interessa, penso, é o ano em que nasci: 1932. O governo Vargas considerava o trabalho rural como sinônimo de atraso e, para tornar o Brasil um país industrializado, orientou todo o Estado para isso. A vida na zona rural era isso: miséria (à exceção dos donos da terra, ou melhor, dos médios e grandes proprietários). Minha mãe queria ir com os filhos para a cidade tentar algo e meu pai dizia não saber fazer nada, até que a mamãe blefou: "vou pegar nossas filhas e ir com elas. Se você quiser, que fique". Meu avô já era bastante velho e deu o primeiro choque de realidade que compreendi na vida: "você quer arrumar qualquer coisa na cidade para dar uma vida melhor às suas filhas. É justo. O problema é que se você for sem seu marido, não conseguirá nada: você sabe como são tratadas as mulheres que largam o marido. E se você for com o seu marido, preparem-se para a batalha porque a gente sabe muito bem o que se pensa de gente preta. Graças a Deus consegui me tornar um bom marceneiro e, mesmo que me julgassem alguém inferior à pior pessoa branca que existisse, precisavam de mim e dos meus serviços". Minha avó, embora dando razão ao meu avô quanto ao racismo, disse: "é melhor vocês irem para a cidade sim. Tudo isso daqui era repleto de gente e todo dia, toda hora, os amigos vêm se despedir da gente. Meu marido e eu não vamos nos mudar porque, além de pretos, somos velhos. Bem ou mal eu vendo os meus doces, meu marido ainda faz alguma coisa com marcenaria, mas não servimos nem mesmo pra plantar e colher porque somos dois velhos... e se alguém descobrir que eu tenho mais de 70 anos e meu marido tem bem mais que 80, ele vai fazer o último trabalho com madeira: dois caixões pra enterrarem nós dois, vivos ou mortos". Nunca falo muito do que ocorreu em minha vida porque tentam fazer apologia à "meritocracia" com algo que só eu mesma vivi.
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
O papai se tornou servente de pedreiro, a mamãe, minhas irmãs e eu éramos lavadeiras e criaram a Escola do Estado em minha cidade quando estava em idade de estudar. Minha família achava que era bom eu aprender a ler, escrever, fazer contas, etc. Houve um dia, porém, em que meu professor foi até minha casa (e, claro, fiquei assustada). Quem ouviu a conversa foi uma das minhas irmãs. Meu professor disse ao papai: "soube que o senhor tirará sua filha da Escola. Por favor, não faça isto. Se o problema for não ter dinheiro para comprar material, posso ajudá-los, mas não a tirem da Escola. Tenho experiência suficiente para dizer que ela terá um belo futuro". Meus pais levaram em consideração o que meu professor disse, mas, até mesmo pelos padrões da época, nunca aceitaram "ajuda", pois a única "ajuda" justificável seria dar de comer a quem tem fome - o que já foi nosso caso e não era mais. Como não havia curso noturno, estudava no matutino, lavava e passava roupas à tarde e à noite, sob a luz de lamparina, estudava. No ginásio e na Escola Normal aprendi a lição que meu avô havia dado sobre o racismo. Foi cruel. É claro que a mamãe, o papai, minhas irmãs e toda a minha família sofreu como o racismo, mas, francamente... em que uma pessoa como minha mãe, meu pai, minha avó, etc., conseguiria representar uma "ameaça" aos racistas? Nada. Eles continuariam a representar a escala mais baixa do mundo do trabalho. Tornar-me professora, ainda que apenas de primário, era uma ameaça: o salário era alto, a profissão era intelectual (e já tive professores que disseram: "a senhorita têm cérebro menor que o de um branco. Como tirou nota máxima em francês?"). Em todos os meus anos de formação nunca vi uma pessoa negra naquele Ginásio do Estado e, em 1952, tornei-me professora, apta a atuar a partir de 1953. Nesse ínterim, porém, quase houve um linchamento: a mamãe sempre dizia que iriam se "aproveitar" de mim, e chegou até ela a informação de que um rapaz de classe média nascido na Alemanha e foragido no Brasil, junto com a família, em razão do holocausto, estava me assediando. É claro que ela contou ao papai e eu, já apaixonada, disse que ele era "diferente". A parte boa é que, de fato, era mesmo diferente: meu pai foi tomar satisfação com ele e ouviu: "o que o senhor quer saber? Se estamos namorando? Sim, estamos. Se eu pretendo que ela seja minha noiva e minha esposa? Sim, pretendo". Meu próprio pai disse: "aposto que o seu pai e a sua mãe não conhecem a minha filha e, mesmo se conhecessem, não iam permitir que você se casasse com uma moça preta. Não sei como é que são as coisas lá na Alemanha, mas no Brasil é assim". Ele respondeu: "gostaria que o senhor e a sua esposa, assim como sua família, fossem jantar em casa no sábado".
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
É claro que ficaram contra mim, mas meu marido (ops, revelei, risos) disse que não reuniu todos ali para pedir permissão, e sim para comunicar. A mãe dele me ofendeu, minha mãe revidou e meu então noivo disse: "as senhoras podem dizer o que quiser, os senhores também, mas... no máximo talvez consigam que não nos casemos no religioso. Professamos fés diferentes e isto não seria novidade, mas... se alguém puder mostrar um único artigo de lei que proíba o nosso casamento, prometo me curvar às leis deste país". Confesso que esperava reações ruins oriundas da família do meu marido, mas não de uma cidade inteira. Houve até ameaça de morte. Como a situação chegou a esse ponto, bem, contamos com o auxílio de pessoas amigas e, acima de tudo, das nossas mães e dos nossos pais. Ele já era professor e pediu transferência para São Paulo, ao passo que eu iniciei minha carreira lá. O casamento foi em dezembro de 1952. Notei, mesmo na metrópole, alguns olhares estranhos, mas ninguém demonstrou interesse em saber se éramos casados, amigos (naquela época a palavra "amigos" significava "amantes") ou outra coisa qualquer. Tive algumas reações por parte de alunos, mas sei que no interior seria pior.
@dircepereiradasilva9016
2 жыл бұрын
Um aluno, em 1959, chamou-me de "preta" e eu disse: "diga-me algo novo". Não disse: cuspiu na minha cara. Tive de tomar uma atitude que contrariava todos os meus valores: EXIGI a expulsão do aluno, afinal, como me faria respeitar caso isso não ocorresse? A Diretora, que me pareceu sempre ser uma legítima cristã, falou: "a senhora já deveria aguardar por atitudes assim. Posso adverti-lo, no máximo". De repente, fiquei surpresa: o aluno leu uma carta pedindo desculpas de uma forma... visceral. Talvez seja a melhor palavra. Todos aplaudiram o gesto e, ao agradecer a Diretora, ela me disse: "eu não falei nada". Descobri que meu marido, o anjo bom com que fui presenteada, andou falando com certa "firmeza" com o aluno e seu pai. Começa então o dilema: numa comunidade pequena, sim, todo mundo se sente mais conectado - para o bem e para o mal. Com que legitimidade alguém ousava questionar o homem que escolhi para ser meu marido, ou o questionavam quanto a mim? Nossa vida seria muito vigiada, mas, convenhamos, penso que até aquelas ameaças não seriam cumpridas. Para a época, a morte de uma preta era pior que hoje. Ninguém se importa com tal morte, mas é necessário instaurar um Inquérito, investigar (ou fingir que investiga), etc. Na década de 1950 era bem pior: uma mulher afro que fosse encontrada morta, inexoravelmente, era criminosa ou prostituta (como se prostituição fosse crime). Isso me incomodava, pois sei que EU não teria esse tratamento. Um homicídio tentado ou consumado contra mim seria bem investigado por eu ser professora, uma profissão que, à época, era bem remunerada e só existia para uma parcela da elite.
@dilmadavi4446
3 жыл бұрын
Simmmm tudo explicado Cada dia eu aprendo mais
@olavohulkdasilva8961
Жыл бұрын
otima aula parabens a sociedade esta bem assim
@marcusdecarvalho1354
2 жыл бұрын
Bom demais!! Muito bom!! Parabéns! (E agradecido!)
@ercileygomes8143
3 жыл бұрын
Professor, confesso que me senti impactado com esta apresentação. Me concedeu uma oportunidade de poder refletir sobre o tema. Obrigado.
@caribe_jc
2 жыл бұрын
Ótima aula meu bom, valeu!!
@evas.limasmith4354
3 жыл бұрын
Gratidão!!!
@aliceribeiro6506
2 жыл бұрын
que vídeo genial! me ajudou muito mesmo, obrigadaaa
@jenifferlemosdesa4334
3 жыл бұрын
Que vídeo incrível! Agradeço pela didática, me ajudou bastante. Estou fazendo uma redação e vou citar o tema abordado!
@roabesoares3884
4 жыл бұрын
Muito bom tema, professor! Obrigado por esclarecer um assunto tão importante para compreender a nossa sociedade atual.
@gidaltiguedes
3 жыл бұрын
Muito grato. Compartilhe e ajude nos a divulgar este canal. Fraterno abraço.
@denilsoncampos2941
Жыл бұрын
Você é brilhante.
@josysilva6563
3 жыл бұрын
Adorei o vídeo. Tema realmente necessário! Parabéns!
@gustavofernandes3811
3 жыл бұрын
Vim de uma cidade pequena e com pessoas proximas, hoje morando há 6 anos em São Paulo, estou procurando entender o aspecto social das pessoas a qual habitam aqui!
@taisramos1662
3 жыл бұрын
Obrigada pelo vídeo! Me tirou muitas dúvidas sobre o assunto.
@dilmadavi4446
3 жыл бұрын
Falou tudo
@jeffe00100
Жыл бұрын
Competividade excludente - O ruim é que as empresas faz propaganda que nós precisamos trabalhar em equipe, precisamos ter um bom lider, para gerar o bom resultado. Mas na realidade, é outra, todos são inimigo um do outro com interesse de alcançar a vaga ou ser promovido e por ai vai, cada um pensando no seu umbigo e foda -se a "cooperação" e está fazendo sua obrigação. Muito triste na realidade :( Gostei da explicação do video!!! Parabéns!
@ViniciusLima-xo1jk
2 жыл бұрын
Só entendem a lei de causa e efeito os seres iluminados
@dilmadavi4446
3 жыл бұрын
Eu entendo tudo isso
@HenriqueM-jh1ye
Жыл бұрын
Individualismo é a única saída em um mundo em que a outra alternativa é um coletivismo vazio e abstrato. Como diabos vou ter qualquer empatia por quem eu não conheço?
@youtuberoficial
11 ай бұрын
E precisa conhecer pra ter empatia?
@science212
2 жыл бұрын
Gidalti, a cultura vermelha acabou. Até a revista Época fechou.
@gidaltiguedes
2 жыл бұрын
Não sei quem você é. Você está em perfil oculto. Começou com algum nível de civilidade, apesar da arrogância. Agora passou para esses comentários clichês de ultradireita. A partir de agora, suas postagens, caso se mantenham nesse nível, serão deletadas.
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Não fui arrogante, pois juridicamente aceito que possa discordar. Eu só escrevi o factual aqui. Não sou de ultra direita ou extrema direita. Não apoio a Frente Nacional Francesa, Trump e Bolsonaro. Eles são populistas, nacionalistas e contra a globalização ( não equivale a globalismo, algo errado que H.G.Wells) defendia. econômica através de protecionismo. Sou a favor do capitalismo. P.S. O MST está recebendo concessões de terras. Por isso e outros motivos, o PT perdeu apoio. Veja o caso de Londrina.
@gidaltiguedes
2 жыл бұрын
@@science212 quem é você? Fraterno e não-individualista abraço! 🙂
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Sou individualista. A cooperação deve ser livre, respeitando a privacidade. A competição também. Reiterando, os bolsonaristas são coletivistas, apenas diferem no estilo do socialismo. São nacionalistas conservadores religiosos. Posições erradas. Viva a razão e o capitalismo.
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Devo dizer que também não aceito o centro, a economia mista.
@science212
2 жыл бұрын
Viva a liberdade capitalista. Fim do sindicalismo, do estatismo, do estado intervencionista, etc.
@gidaltiguedes
2 жыл бұрын
Meu nobre, ao que me parece você confunde liberdade com as ideias do "anarcocapitalismo". A defesa da Liberdade que despreza os vínculos de indissociabilidade entre os seres humanos e a natureza é na verdade uma defesa ideológica que busca legitimar a "lei do mais forte". Às relações humanas precisam de mediação firmada nos ideais de justiça e equidade. Liberdade não existe sem a devida co-responsabilidade!
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Corrija seu léxico. Anarco capitalismo e libertarianismo são posições erradas, pois são próximas ao anarquismo tácito. Deve-se defende o capitalismo, o individualismo, a razão, o secularismo, a ciência e o progresso afluente e industrial. Aqui não se trata de darwinismo social, essa expressão é falsa quando aplicada à sociedade. A cooperação deve ser baseada na liberdade individual. Isso é ser responsável. A noção de sacrifício por um suposto " bem comum" ou um ideal de igualdade justa ( como John Rawls pensou) é o salvo conduto para o totalitarismo coletivista. O movimento ecológico e seus modismos ( plantio orgânico, crédito de carbono, sustentabilidade, etc) é mais uma faceta do coletivismo, que pretende nos jogar ao primitivismo. Leia Ronald Bailey, Brian Clegg, Julian Simon, John Ridpath, Carl Snyder. Seja mais lúcido em seus critérios. Pare de sucumbir à correção política, ao pluralismo, à diversidade, às políticas afirmativas de reparação, ao pós modernismo, ao estruturalismo, etc.
@gidaltiguedes
2 жыл бұрын
Como você consegue defender o individualismo e, ao mesmo, tempo criticar o pluralismo? Você realmente acredita que os indivíduos, por si somente, alcançariam um padrão moral capaz de garantir o mínimo de coesão social? Tomando por base o individualismo, como promover coesão social?
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes O anti elitismo e anti americanismo são equivocados. A democracia ocidental é baseada na liberdade individual. Não no absolutismo monárquico, no populismo, no nacionalismo xenófobo, no conservadorismo tradicional, no anti intelectualismo, entre outros erros. Chomsky, Paul Krugman, John Kenneth Gakbraith, George Soros, Keynes, Lewis Mumford, etc. Todos representantes de uma agenda de esquerda progressista anti capitalista e anti industrial. Todos arautos da anti razão.
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Caro Gidalti. Recomendo a você o episódio " College", do documentário Bullshit, apresentado por Penn e Teller. Você verá como o multiculturalismo, o esquerdismo, o relativismo, o politicamente correto, o igualitarismo, a dialética, as medidas afirmativas de reparação, o anti capitalismo, o anti intelectualismo e outros ensinos do tipo prejudicaram a qualidade das universidades.
@science212
2 жыл бұрын
Pelo fim do estatismo. O governo deve ser mínimo e não burocrático e intervencionista.
@gidaltiguedes
2 жыл бұрын
Chamar algo de "ismo" não é argumento suficiente. Você já ouviu falar do princípio Filosófico, jurídico e político da "equidade"?
@science212
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Se quer ver os desastres políticos do termo igualdade, veja o terror dos seguintes eventos: Revolução Francesa , Revolução Russa e Revolução Cultural Chinesa. Leia Christopher Dawson.
@gustavostnt
2 жыл бұрын
@@gidaltiguedes Ele não argumentou. Só fez um comentário expondo o ponto de vista dele.
Пікірлер: 68