A festa religiosa é a mais alta expressão do culto. Na festa popular, o sagrado e o profano se abraçam. Como nos ensina o teólogo português Manuel Clemente: “o catolicismo popular é festivo, naquilo que a festa tem de ‘inútil’, sem por isso ser insensata (...) A mentalidade moderna, toda afeitada a critérios programáticos na avaliação do interesse das coisas, tem dificuldade em compreender a gratuidade (CLEMENTE, M. 1978, p. 6). O povo sabe celebrar, é só não censurar que a festa acontece.
Já a procissão simboliza o pertencimento dos fiéis à Igreja, mas é feita no espaço externo ao templo, nas ruas e não em seu interior, o que demonstra a ambiguidade inerente ao ritual: cerimônia ao mesmo tempo eclesiástica e profana, controlada pela Igreja e absorvendo elementos profanos. Ao mesmo tempo, a procissão afirma a autoridade da fé sobre o espaço profano, incorpora-o à autoridade da Igreja e faz com que a identidade cristã dos que dela participam seja afirmada perante eles próprios e perante quem se mantenha alheio à fé.
Pe. Gilvan Neves
Produção: Pascom Nossa Senhora das Graças - Levada
Imagens e edição: Rodrigo Lins
Негізгі бет Encerramento da 154 Festa de Nossa Senhora das Graças - Levada
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