Oriundo do solo de formação do entorno de adensamentos populacionais situados à margem do rio Nilo (Hapi) na Antiguidade, o nome "Kemet", ou "terra negra", designaria, segundo o intelectual congolês Théophile Obenga (1990), o espaço habitado por pessoas negras naquela parcela territorial africana. De desenvolvimento sociourbano anterior ao processado em núcleos humanos outros além-mar, os sistemas filosóficos das civilizações nílicas inspirariam a produção mesma da vida e da intelectualidade de povos do continente e mesmo ultramarinos. Sob as noções ma'atianas de justiça, de ética e de moralidade, as máximas, os ensinamentos e as instruções de diversos dos intelectuais do Antigo Kemet preservados em papiros ainda oferecerão orientações e perspectivas de futuro, se efetivamente tomadas do passado em África reconhecido (Sankofa) em seu legado cultural. A divulgá-los, os saberes africanos keméticos prometem produção epistêmico-ontológica dos sentidos e das subjetividades de pessoas negras diversa da feita subalternizar ao cânone ocidental.
No Canal Preto da semana, considerações a respeito das epistemologias de África e da relevância do conhecimento em cultura e em filosofia keméticas para a escrita reontolgizada de um futuro negro entre o passado e a história africanos.
Fontes de pesquisa: Ciência Hoje, La Congolaise, Editora Ananse, Meer, Brasil de Fato, Mídia Ninja e Mundo Negro.
AGRADECIMENTO:
O Canal Preto agradece à convidada e ao convidado a disponibilidade, o apoio, a confiança e a partilha de conhecimento. Suas falas são a maior referência utilizada na e para a construção de todo o conteúdo publicado ao longo da semana.
Katiúscia Ribeiro - Graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Filosofia e Ensino pelo Programa de Pós-graduação de Filosofia e Ensino do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPFEN/Cefet-RJ). Doutora em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/PPGF/UFRJ). Professora-pesquisadora convidada do Departamento de Africologia e Estudos Afro-americanos da Universidade de Temple, Filadélfia (EUA).
Renato Noguera - Professor de Filosofia do Departamento de Educação e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Escritor e ensaísta.
#ParaTodoMundoVer: no vídeo (plano médio), vemos, nesta ordem de aparecimento, as seguintes pessoas convidadas: Katiúscia Ribeiro, uma mulher de negra de pele retinta com os cabelos crespos trançados e presos em um coque, veste um top branco encimado por uma blusa social também branca e uma calça jeans e usa, além de óculos com uma armação arredondada colorida em marrom, brincos, gargantilha, bracelete e anéis prateados; e Renato Noguera, um homem negro de pele retinta barbado (tipo cavanhaque) e de cabelos com dreads longos grisalhos, veste uma camisa polo branca e usa, além de óculos com uma armação de tipo aviador prateada, pequenos brincos de argolas e um relógio de pulso (mão esquerda) também prateados.
Racismo. Ou você combate, ou você faz parte. Qual dos dois é você? #Filosofia #Epistemologia #Kemet #FuturoAncestral #CanalPreto
Негізгі бет EPISTEMOLOGIA E FILOSOFIA KEMÉTICAS: O FUTURO NEGRO É AFRICANO E ANCESTRAL
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