O que muitos não sabem é que o nome da empresa não é uma homenagem à Imperatriz Dona Leopoldina - mãe de D. Pedro II. Na realidade, o Governo Provincial Mineiro, através da Lei nº 1826, de 10.10.1871, autorizou a construção de uma ferrovia que, partindo de Porto Novo, chegasse à cidade de Leopoldina. Portanto, a Estrada de Ferro Leopoldina tem esse nome por causa da cidade de Leopoldina.
A construção da Leopoldina esteve a cargo do Concessionário, Eng. Antonio Paulo de Melo Barreto (Visconde de Melo Barreto, em Portugal), também o primeiro Presidente da Companhia. As obras prosseguiram rapidamente e - além de São José, Pântano e Volta Grande - foram também entregues ao tráfego, ainda em 1874, as Estações de São Luiz (Km-37) - atual Trimonte - e de Providência (Km-43). Alegando questões de ordem técnica, Melo Barreto obteve, em 14 de agosto de 1876, autorização para alterar o terminal da linha-principal (Porto Novo/Leopoldina), inicialmente previsto, e a estrada foi levada até Sta. Rita do Meia Pataca, atual Cataguases. A mudança gerou insatisfação nos leopoldinenses, que lutaram pela criação de um Ramal para ligar Leopoldina ao tronco principal, em Vista Alegre.
A Estação de Cataguases foi inaugurada em 2 de julho de 1877. A Estação da Cidade de Leopoldina foi inaugurada em 31.07.1877. Estava cumprida a missão para a qual se formara a Cia. Estrada de Ferro Leopoldina.
A exemplo do ocorrido com a Ferrovia Dom Pedro II, os principais financiadores da E. F. Leopoldina foram os grandes cafeicultores da região, merecendo destaque o mencionado Comendador Antonio Carlos Teixeira Leite, proprietário da aludida Faz. do Pântano, filho dos Barões de Itambé e irmão dos impulsionadores da ferrovia na região de Vassouras-RJ. Esta fazenda passaria, mais tarde, a seu genro, José Joaquim Álvares dos Santos Silva - o Barão de São Geraldo - ex-Presidente da Câmara Municipal de Além Paraíba (equivalente a Prefeito, hoje) e ex-Diretor da E. F. Leopoldina.
Com o passar do tempo a E. F. Leopoldina foi construindo novas linhas e comprando outras ferrovias, sempre mantendo o seu nome original que, inclusive, substituía as denominações das empresas adquiridas.
Em 1891, a rede da Leopoldina já abrangia 2.127 km nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Em 1893, após passar por grandes dificuldades financeiras, a empresa amargava uma gravíssima situação deficitária, já tendo substituído, por várias vezes, a sua Diretoria...
...Após tomar inúmeros empréstimos externos que não conseguia saldar, a empresa era, finalmente, transferida para o controle inglês. No dia 16 de dezembro de 1897, foi criada em Londres a The Leopoldina Railway Company Limited, que foi autorizada a funcionar no Brasil pelo Decreto nº 2.797, de 14 de janeiro de 1898. Nessa época, apesar de já possuir cerca de 2.900 km de linhas, a Leopoldina ainda não alcançava a cidade do Rio de Janeiro, chegando apenas até Niterói e ao fundo da Baía da Guanabara. O contorno da Baía, terminado em 1925, foi uma obra dispendiosa e de difícil execução, devido às áreas pantanosas que exigiram a construção de grandes aterros e pontes com estaqueamento profundo.
Em 30.04.1949, os ingleses deixaram a direção da Leopoldina, que passou a ser exercida por um administrador-geral designado pela União, após acordo firmado entre aqueles acionistas e o Governo brasileiro. Em 20.12.1950, pela Lei nº 1.288, o Governo Federal encampou a Leopoldina Railway que voltou a denominar-se Estrada de Ferro Leopoldina, ficando sob a jurisdição do Ministério da Viação e Obras Públicas, e subordinada ao Departamento Nacional de Estradas de Ferro.
A malha ferroviária da Companhia, nessa época, superava os 3.000 km. No dia 16 de março de 1957, foi criada a Rede Ferroviária Federal S.A., à qual a Leopoldina foi incorporada e sob cuja denominação permaneceu até 1998, quando foi adquirida pela FCA - Ferrovia Centro Atlântica, após os processos de privatização das ferrovias federais.
A Estação e o Ramal de Leopoldina foram oficialmente desativados em 25.02.1965.
(*)Plinio Fajardo Alvim - Leopoldinense. Pesquisador da História Regional. Conselheiro-fundador e Diretorsecretário da ONG Instituto CULTURAR, de Angustura. Ferroviarista. Integrante do Mov. de Preserv. Ferroviária e da Ass. Bras. de Preserv. Ferroviária. Delegado-fundador da Ass. Gestora do Circuito Turístico das Áreas Proibidas. Ex-integrante do Cons. Munic. de Turismo de A. Paraíba(2000-2004). Coord. Regional da ONG Grupo Brasil Verde em A. Paraíba. Membro do Codema e do 'Fórum-21-Além' (2009-2011).
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