Assistimos a um reforço das tendências unilateralistas e isolacionistas de vários países e blocos à escala internacional. Depois dos anos da globalização económica, em especial no plano comercial, o enquistamento geopolítico desencadeado pela pandemia e pelos conflitos na Ucrânia e na faixa de Gaza coloca novos desafios às organizações internacionais. Desafios esses que, no limite, podem questionar a sua existência, confiança e capacidade de intervenção. À medida que as necessidades humanitárias aumentam, decresce a margem de doadores e as possibilidades de minorar o sofrimento das populações mais vulneráveis. A emergência de novas condicionantes da vida internacional, como as alterações climáticas, põem em evidência as deficiências das instituições internacionais reféns de decisões tomadas por consenso dos Estados participantes. Um multilateralismo 4.0, baseado na conjugação em articulação (networking) de organizações intergovernamentais, não governamentais, associações representativas de interesses do sector privado ou da sociedade civil, estruturado em diferentes níveis de intervenção e responsabilidade de uma pluralidade de stakeholders. Será um caminho a explorar ou apenas uma utopia destinada a esconder as falhar e insuficiências da comunidade internacional?
Esta conferência conta com o apoio da Fundação Santander Portugal.
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Негізгі бет Eutopos: A mutação genética das Organizações Internacionais | António Vitorino
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