A Cibele sempre sonhou em ser professora. Mas uma patroa da mãe dela, que era professora, quase acabou com esse sonho dizendo que ela não tinha condições, já que era filha de um presidiário e de uma faxineira.
Preta, periférica e filha de uma faxineira, a Cibele não teve muitas oportunidades ao longo da vida. Lá atrás, a mãe dela trabalhava como empregada doméstica e a Cibele sempre acompanhou a mãe nas jornadas de trabalho.
Embora ela fosse criança, a afirmação da patroa de sua mãe a magoou muito e permanece até hoje ecoando na cabeça da Cibele.
A Cibele cresceu, frequentou a escola, mas se casou muito cedo e engravidou do primeiro filho aos 15 anos. Ainda assim ela conseguiu terminar o ensino médio.
Quando ela ia iniciar o magistério, engravidou novamente. Por conta disso, ela teve que seguir a carreira como costureira para poder trabalhar de casa e cuidar das crianças.
A Cibele só foi prestar o vestibular para Pedagogia quando os filhos começaram a frequentar a escola. Contudo, o caminho foi bastante difícil.
Ao entrar na faculdade, o salário da Cibele diminuiu ao ponto dela não ter dinheiro para a passagem de volta para casa. Na época, ela não dividiu as dificuldades com ninguém por acreditar que os problemas poderiam sobrecarregar as pessoas ao redor dela.
Foram muitas voltas para casa a pé, num percurso que durava mais de 1h de caminhada.
Um dia, ao fazer um estágio obrigatório, a Cibele deu de cara com aquela patroa que havia a desencorajado na infância. Ela foi estagiar na sala onde aquela mulher estava lecionando.
Cibele aproveitou para relembrá-la daquelas palavras que a desmotivaram tanto. A professora, por outro lado, nem lembrava do que havia dito. Não é pra menos, quem bate nunca lembra mas quem apanha nunca esquece.
A Cibele enfrentou a falta de oportunidades, o preconceito e a solidão durante a maternidade na adolescência. Essa é a realidade de muitas pessoas no Brasil, em especial, mulheres pretas e periféricas. Mas conseguiu se formar pedagoga e realizar o sonho de infância.
Ainda que ela tenha perseverado, não foi somente a força de vontade que fez com que ela realizasse o seu sonho. As oportunidades mudam caminhos e salvam vidas.
E hoje ela entende que pode ser o incentivo para aqueles alunos desencorajados por um sistema que diz que pobre não tem vez. Ela é o exemplo, o espelho para muitas crianças e adolescentes que pensam que não podem.
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Негізгі бет FILHA DE FAXINEIRA NÃO PODE SER PROFESSORA? | Histórias de ter.a.pia 321
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