Maria Zilda Bethlem está extremamente bela e sensual, e é bacana rever a Barra da Tijuca em uma época anterior a sua destruição pelo boom da construção civil. O espelho é uma imagem muito frequente no cinema. Grandes cineastas usaram o espelho para revelar sutilezas de seus personagens "Espelho de Carne" é um filme que eleva este recurso a uma extrema potência. E faz isso com muita originalidade. Uma visão e interpretação da história totalmente diferente. O roteiro original, o elenco talentoso e uma direção precisa e competente fazem de "Espelho de Carne" um filme único no cinema nacional. O surrealista “Espelho da Carne” tem um flerte erótico com o estilo de Buñuel, mostrando personagens de classe média entediados e sexualmente reprimidos, que são afetados de algum modo por um espelho e liberam seus desejos e fantasias sexuais livre de seus valores morais burgueses. O filme descorre com o espelho exercendo seus estranhos poderes em diferentes situações, aliando a inquietação psicológica a um humor e uma ironia sublimes. Visto hoje, houve uma espécie de "frustração": é um filme bem menos erótico do que sua divulgação exagerada faz pressupor. É quase uma pasticho antonioniano, uma coletânea de situações canônicas do enfado da classe média brasileira oitentista. O modo como a preguiça doméstica instala-se é brilhante enquanto potencial denúncia, através da esposa recém-casada que não limpa o apartamento; da mulher que falta ao emprego para ficar maquiando-se; da empregada doméstica adventista que masturba-se no primeiro dia de serviço; da seqüência de homossexualismo, o que era-me necessário e confortador, à época; do sentimento de culpa de Helena com a sua tentação é mostrado metaforicamente através de um homem com barbas e cascos que somente ela vê. Um dos filmes que mais fascinavam-me na pré-adolescência: vi algumas cenas isoladas fascinantes e gostei das entrelinhas, agora não necessariamente do modo como o filme é conduzido: parece que o diretor julga negativamente os personagens desde o início, não demonstra qualquer afeto por eles. Gosto de Dennis Carvalho e de Maria Zilda Bethlem no filme e torci bastante para que eles ficassem bem. Além de sua convincente participação, Hileana Menezes cumpre bem a metonímia típica em relação às esposas "remediadas" do período. Joana Fomm é digna de piedade. E Daniel Filho está insuportável. O desfecho é extraordinário, insigne, dá vontade de participar também. Mas o filme fica cansativo em determinado ponto: o espelho não dá conta de tanto enfado comportamental. Muito menos do mau-caratismo explícito da classe social em destaque. Se fosse menos julgamental e mais adesivo, o filme cresceria. E nos excitaria sem culpa. Não foi o caso, infelizmente! (WPC>) ATENÇÃO, ATENÇÃO - ALERTA DE SPOILERS Um jovem executivo, casado, arremata num leilão um sofisticado espelho art déco, que tinha pertencido ao antigo Palácio dos Prazeres, uma casa de encontros amorosos. Assim que o espelho é instalado no seu luxuoso apartamento, ele passa a emanar um estranho poder. Um poder que envolve o jovem, sua mulher, um casal de amigos, a vizinha desquitada e a até mesmo a empregada, num frenesi erótico que rompe com todas as barreiras morais e psicológicas desses personagens. Até que o prazer torna-se horror: o espelho revela-se possuidor de algo demoníaco. kzitem.info/news/bejne/rYCaloR8h5t8aW0 O impactante momento do filme é a cena ousada entre Daniel Filho e Denis Carvalho, que talvez não tivessem a audácia de faze-la novamente nos dias de hoje.
Пікірлер: 4