O presidente Jair Bolsonaro vetou, integralmente, o projeto de lei que muda o "Dia do Índio" para "Dia dos Povos Indígenas". O veto foi publicado na edição desta quinta-feira (2) do "Diário Oficial da União (DOU)".
O texto havia sido aprovado pelo Senado no dia 4 de maio, um projeto que institui o Dia dos Povos Indígenas, a ser comemorado anualmente em 19 de abril. Segundo Bolsonaro, porém, “não há interesse público na alteração". Ele argumenta que a Constituição Federal usa o termo "índios" nos capítulos em que estabelece direitos desses povos originários, "não havendo fundamentos robustos para sua revisão".
Vale a pena lembrar que Jair Bolsonaro sempre foi preconceituoso em relação aos povos indígenas. Em 1998, quando era parlamentar, lamentou que o Brasil não foi tão "competente" quanto os Estados Unidos, "que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema no país".
Na Assembleia Geral das Nações Unidas de 2019, ao fazer o seu discurso de abertura, disse que o cacique Raoni Metuktire, liderança indígena reconhecida internacionalmente, não passava de "peça de manobra" por governos estrangeiros.
Em 2020, revelando seu menosprezo afirmou que "cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós". O presidente também é contrário à demarcação de novas terras indígenas e seu governo tem defendido a liberação do garimpo nas áreas já demarcadas.
Neste ano, ao sancionar o orçamento para 2022, o presidente cortou verbas destinadas à proteção e promoção de povos indígenas que haviam sido aprovadas pelo Congresso.
Já a mudança do nome da data comemorativa é uma reivindicação dos povos indígenas, que consideram o termo "índio" pejorativo, por evocar um estereótipo presente durante o período colonial. Índio é um termo genérico, que não considera as especificidades que existem entre os povos indígenas, como particularidades linguísticas, cosmológicas, culturais e mesmo a especificidade de tempo de contato com a sociedade não indígena. Já “indígena" é uma palavra que significa "natural do lugar em que vive". O termo exprime que cada povo, de onde quer que seja, é único e deve ser respeitado como tal.
Erra feio, Bolsonaro! Da minha parte, vou continuar a usar indígena!
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