Ivani Ribeiro era o nome artístico de Cleide Freitas Alves Ferreira, uma das pioneiras das novelas de grande sucesso na televisão. Ivani nasceu em 1922 e faleceu em 1995, aos 73 anos de idade.
Ivani foi uma escritora genial, sem dúvida, ela era uma grande conhecedora da televisão e da realidade brasileira, uma de suas frases mais famosas foi: "A novela é como um leque, uma obra aberta". Ivani escreveu 48 telenovelas, várias delas, senão a maioria, grandes sucessos de audiência, raras vezes uma novela de Ivani não dava Ibope, sendo inclusive que "Mulheres de Areia" foi um de seus maiores fenômenos em sucesso, se tornando um clássico da Televisão Brasileira.
Ivani adaptou para a TV Tupi e para a TV Excelsior, na década de 60, textos originais cubanos e argentinos. "A Moça Que Veio de Longe" (TV Excelsior - 1964) e "Alma Cigana" (TV Tupi - 1964), foram duas novelas de grande sucesso adaptadas de textos originalmente latinos. "A Moça Que Veio de Longe" abordou o "Mito da Cinderela", negando a existência da luta de classes, além de abordar a questão da empregada doméstica casar-se com seu patrão, sendo a empregada doméstica vivida por Rosamaria Murtinho, e o patrão, por Hélio Souto. O sucesso de "A Moça Que Veio de Longe" se deve pelo fato desta ter sido a primeira novela brasileira a ultrapassar 50 pontos de audiência, um fato inédito naquela época. Já "Alma Cigana" trouxe um suspense com duas personagens vividas pela mesma atriz, no caso, Ana Rosa: uma freira e uma cigana que dançava na cantina. Ninguém sabia se era uma mulher com dupla personalidade ou se as duas eram irmãs gêmeas. No final, é revelado que as duas eram gêmeas: uma foi para um colégio de freiras, e a outra raptada pelos ciganos no dia de seu nascimento, e que provavelmente os pais pensaram que a outra gêmea morreu ao nascer (pode ter sido isso, não sei direito, pois não assisti essa novela, nasci em 1990).
Ivani também foi pioneira no gênero policial nas novelas, com obras como "Anjo Marcado" e "Os Fantoches". Cinquenta anos antes do sucesso da série "Lost", Ivani escreveu "A Grande Viagem", uma novela onde personagens que estavam a bordo de um luxuoso navio ficavam perdidos numa ilha deserta, e nessa ilha, havia um tesouro enterrado. Ainda no final da década de 60, Ivani Ribeiro escreveu novelas da TV Excelsior que retratavam o Brasil Colonial, sendo elas "As Minas de Prata" (1966), "A Muralha" (1968) e "Dez Vidas" (1969), esta última retratando a Inconfidência Mineira e tendo Carlos Zara no papel de Tiradentes. "Dez Vidas" foi inspirada no romance "Caminho da Liberdade", que contava histórias sobre a vida de Tiradentes e trazia relatos bastante ricos sobre a Inconfidência Mineira e sobre as batalhas enfrentadas pelos inconfidentes naquele Brasil do Século 18.
Em 1970, Ivani era contratada novamente pela TV Tupi, e justamente na década de 70, escreveu as novelas de maior sucesso da emissora. Nos anos 80, passou pelas TVs Bandeirantes e Globo, esta última onde escreveria novelas até sua morte em 1995.
Ivani Ribeiro deixou uma obra vasta, com novelas que abordaram diferentes temas, era uma autora que, como diz Stênio Garcia, "ia da comédia ao drama com impressionante facilidade" e que, de acordo com muitos do meio televisivo, conseguia escrever histórias com uma genialidade semelhante à de Janete Clair.
Trecho do documentário "Novela - 65 Anos de Emoções", da TV Cultura, exibido em 2016.
Негізгі бет Ivani Ribeiro: Genialidade, Pioneirismo e Sucesso (Trecho de documentário / TV Cultura - 2016)
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