Maria Auxiliadora da Silva (1935-1974) foi uma artista visual que se dedicou a instigantes pesquisas em torno da pintura. Suas obras revelam dedicação à criação da imagem e perceptível preocupação aos elementos da pintura. São extensas as contribuições de Auxiliadora, desde suas provocativas composições, com tramas que marcam o posicionamento de seus personagens, em cenas que revelam relações com a dramaturgia, o cinema ou histórias em quadrinho; que demonstram variações de processos dimensionais de planos, entrecruzando noções de perto e longe, interno e externo, em um jogo de revela e esconde. Seus cuidados perpassam preocupações com a criação dos corpos, chegando a desenvolver uma técnica para promover volume, desafiando a bidimensionalidade da tela. Suas pinceladas demonstram a sutileza com a qual trabalhava. São inúmeros detalhes, como pequenos pontos que arrematam a costura das indumentárias, os elaborados adornos e enfeites de cabelo, os diálogos que ocupam balões comuns em H.Q.’s e que possibilitam falas das representações. A artista investigou temáticas que adentram intimidades, desde conversas pessoais de amigas em um quarto, ritualidades sigilosas do Candomblé, religião que frequentou com a mãe; aos assuntos profundos da vida humana, como a sua autorrepresentação em situações de extrema dor.
Há muito o que se falar sobre a obra de Maria Auxiliadora, e por isso a sua importância como homenageada do 3º Festival NegrArte.
Esse projeto foi contemplado no edital 21/2023 da LPG do Estado de São Paulo.
Негізгі бет Maria Auxiliadora: Prevalências no tempo - Parte 1: Vida e Família
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