Palestra ministrada pela Fonoaudióloga Paula Lins na Conferência Internacional DIR-FCD Floortime Brasil: O Futuro é Agora! no Rio de Janeiro em 2020.
Em meio a uma geração onde a informação chega em uma grande velocidade e as facilidades tecnológicas do dia a dia nos faz estar on-line para o mundo 24 horas por dia, se faz urgente o enfoque na qualidade das relações fora do mundo virtual.
Vivemos em mundo competitivo, onde os saberes são cada vez mais valorizados e a velocidade do desenvolvimento acelerado desejada. Precisamos falar sobre como levar nossas crianças ao neurodesenvolvimento saudável e funcional, que proporcione relações afetivas duradouras e não apenas em uma gama de saberes que ela precisará acumular ao longo da vida.
O modelo DIR foi desenvolvido a partir de pesquisas científicas há mais de 30 anos atrás devido à necessidade de conectar afeto e propósito ao desenvolvimento de crianças com atrasos no neurodesenvolvimento. Descobriu-se que, o centro do desenvolvimento é trabalhar nas bases biológicas, sócio-emocionais e sensório- motoras, proporcionando maior regulação e atenção pelo mundo, para que a criança esteja disponível para se conectar afetivamente e através das relações compreender não apenas o mundo ao seu redor e se desenvolver academicamente mas, principalmente, para reconhecer seus sentimentos e desenvolver sua percepção de sujeito frente à comunidade. Para isso, se faz mais do que necessário, um núcleo familiar disponível e sincronizado, que proporcione um espaço seguro para que a criança consiga conectar suas experiências afetivas e sensoriais às suas ações motoras, que possibilite a construção de significados simbólicos a partir de suas experiências pessoais e sociais. Como pré-requisito, os cuidadores necessitam estar disponíveis e dispostos a seguir a liderança e os interesses de seus filhos, para que estes se tornem funcionais, criativos, valorizados e interessados nas relações sociais.
Nesta palestra traçaremos um panorama científico mundial e a realidade cultural brasileira no que diz respeito à participação familiar em contexto terapêutico e em como estas relações afetivas são a base para o desenvolvimento do pensamento simbólico, da linguagem, comunicação social e consequentemente vida funcional e autônoma em sociedade.
“Para existir comunicação social recíproca, se faz necessário muito mais do que um repertório de palavras e o interesse em se satisfazer. Se faz necessário o interesse afetivo em se relacionar e compartilhar o mundo e suas experiências com as pessoas que são significativas em nossas vidas” - Paula Lins
Негізгі бет Modelo DIR/Floortime e a Conexão Familiar como peça fundamental no Neurodesenvolvimento - Parte 1
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