O que você vai encontrar nessa entrevista:
0:00 - Abertura
0:49 - Você é física e professora no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O que a levou a entrar para um mundo aparentemente masculino?
3:16 - Como é que você faz para convencer as pessoas mais jovens e as crianças de que a ciência pode ser divertida, além de muito interessante?
6:20 - Qual é a importância do investimento em ciência e quais são os resultados do desenvolvimento de um país que tenha esse tipo de investimento seguro e constante?
9:38 - Como se preparar para os empregos do futuro?
12:48 - No Brasil, estamos na fase final de implementação da reforma do ensino médio, que cria itinerários. O que você pensa sobre isso? Não seria cedo demais para uma criança?
18:41 - Por que existe o preconceito e quais são suas consequências para mulheres que venham a dedicar a própria carreira às ciências exatas?
24:33 - Quando há recorte duplo, mulher e negra, como é para você e para meninas e mulheres negras, que frequentemente encontram obstáculos que, muitas vezes, não podem nem sequer serem denunciados, porque não são explícitos?
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*Entrevista gravada em 04 de março de 2023.
Durante muito tempo, foi difundido na sociedade que o cérebro da mulher não era biologicamente capaz de lidar com temas complexos - como os relacionados às ciências exatas -, tampouco de liderar uma nação e todas as áreas inerentes ao interesse coletivo, como Economia, Tecnologia, Segurança e Saúde. No Brasil, em especial, essa barreira historicamente sempre foi imposta desde cedo às meninas. A reflexão é de Sonia Guimarães, doutora em Física e professora no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das mais prestigiadas instituições de ensino brasileiras. Sonia é a primeira mulher negra do País a se tornar doutora em Física.
“Até 1996, mulheres eram impedidas até mesmo de prestar vestibular para o ITA. Hoje, as melhores notas do vestibular são de mulheres. A melhor nota dentre quem se formou em 2022 foi de uma mulher, com 9,5 em todas as engenharias. A luz no fim do túnel para elas está em parar de acreditar na história de que são menos capazes. As campeãs das Olimpíadas de Física e Matemática são meninas; os países que menos tiveram mortes por covid-19 têm presidência feminina ou uma mulher como ministra da Saúde”, argumenta. Desde o início da década de 1990, Sonia já lecionava no ITA, a única mulher negra dentre as pouquíssimas no campus, tendo em vista que, na época, elas não podiam ingressar como estudantes.
“No ensino fundamental, me disseram que eu nunca aprenderia Física. Eu terminei aquele ano como a segunda do colégio inteiro na disciplina. Na universidade, a história foi parecida. Infelizmente, é um fato em todas as áreas que, pela cor da pele, você tem de ‘matar dois leões por dia’ - e juntando com o fato do gênero, são ‘quatro leões por dia’”, reflete.
No bate-papo, a cientista ressalta ainda que a melhor forma de atrair o público feminino desde cedo para carreiras que envolvam ciências exatas e tecnologia é mostrando os exemplos de mulheres que não apenas não acreditaram na falácia da incapacidade, como também estão chegando aos mais altos cargos e posições, representeando, inclusive, 70% das publicações científicas do País..
As opiniões expressas neste vídeo não refletem, necessariamente, a posição do Canal UM BRASIL
#SoniaGuimarães #Ciência #CanalUMBRASIL
Негізгі бет Mulheres negras matam 4 leões por dia para provarem sua capacidade na ciência | Sonia Guimarães
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