O inferno como uma possibilidade real:
"Na morte, Deus se antecipa e deseja dar gratuitamente ao ser humano
aquilo que lhe faltou na vida. Portanto, cabe ao homem simplesmente
aceitar o presente que Deus, na sua misericórdia infinita, deseja lhe dar.
Diante dessa situação há duas possibilidades: a primeira é a de
aceitação; a outra é a de rejeição.
Pergunta-se: Pode o ser humano ser capaz de rejeitar a Deus, quando
depende somente dele para salvar-se? Porém é necessário que se faça uma
segunda pergunta: Será que uma pessoa que sempre viveu afastada
completamente do projeto de Deus vai ter coragem para mudar na última
hora?
Entra aqui a possibilidade do inferno; de uma situação existencial que
o homem cria por rejeitar, na morte, essa oferta da graça e do perdão que
Deus lhe oferece. Em outras palavras, é aquela situação na qual o ser
humano nega livremente o amor de Deus.
Neste sentido, o inferno representa o fracasso do homem diante de
tudo aquilo que seria o seu destino, o fim último de sua existência. É o
isolamento radical e definitivo do ser humano em si mesmo.
Se, por um lado, a salvação consiste na experiência da vida em sua
plenitude, por outro lado, a condenação e o inferno consistem na
experiência da morte em sua plenitude. O ser humano não pode ir para trás
e se recusa a andar para a frente.
Por tudo isso, seria totalmente falso afirmar que o inferno não existe,
que se trata de pura projeção dos nossos medos e das nossas culpas. O
inferno é também uma das reais possibilidades da liberdade humana.
Resta-nos insistir mais uma vez na pergunta: Será que alguém vai agir
assim, optando livremente pelo inferno?
Sobre isso é que nós temos o direito de formular a nossa esperança de
salvação, da qual falaremos agora."
Fonte:
Pe. Raimundo Elias Filho, "Mistérios do Aquém e do Além - à luz da Parapsicologia", 2020, p. 99
Негізгі бет O Inferno, o Purgatório e o Céu, existem? Padre Quevedo responde (06/04/1989)
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