Fragmento extraído do etnodocumentário, "Casa das Minas: os voduns reais de São Luís" dos suíços Edith Leimgruber, Hili Leimgruber e Jens Woernle, produzido com base na obra do escritor alemão Hubert Fichte (1935-1986), que, trinta anos atrás, vivenciou a rotina da Casa das Minas (Querebentã de Zomadonu) e escreveu no estilo "etnopoesia" suas impressões sobre tão antigo templo.
O filme lançado em dezembro de 2010 retrata de modo solene a vida simples no centenário terreiro incrustado no centro histórico de São Luís - MA e os rituais lá realizados pelas vodunsis-hê, todas já falecidas, D. Deni de tói Lepon (que liderava a casa), Tia Celeste de tói Averequete e D. Maria de tói Alogüe, que eram as últimas guardiãs do culto e, com descrição, dignidade e resignação zelaram pelos voduns do Dahome (Benin) trazidos há quase dois séculos por africanos que de lá vieram escravizados.
O ritual aqui apresentado é o Tambor de Mina jeje (não é como querem erroneamente afirmar, um tipo de candomblé), trata-se de uma celebração aos voduns da família de Akossi Sakpata, no dia de São Sebastião (20 de janeiro), constituído de festa pública, iniciada com uma ladainha católica seguida pelo toque dos tambores, danças e cânticos entoados aos deuses ancestrais da longínqua Costa da Mina, é único e raro, só existia em São Luís, capital do Maranhão, não se assemelhando e não sendo encontrado, portanto em nenhuma outra região do Brasil.
RECOMENDO A QUEM ASSISTIR, ANTES DE POSTAR QUALQUER COMENTÁRIO INDISCRETO, PROCURE CONHECER MELHOR O VALOR ANTROPOLÓGICO E HISTÓRICO DA CASA DAS MINAS, O ÚNICO TEMPLO DAS AMÉRICAS FUNDADO POR UMA SACERDOTISA AFRICANA DA FAMÍLIA REAL DE ABOMEY, CUJA TRADIÇÃO REMANESCENTE E, AO QUE PARECE, EXTINTA RESISTIU PELO ESFORÇO DAS DIGNAS SENHORAS MOSTRADAS NO VÍDEO QUE PERMITIRAM QUE SUA MEMÓRIA ANCESTRAL NÃO FOSSE DE TODO SILENCIADA.
Негізгі бет Os voduns da Casa das Minas - São Luís (MA)
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