Extremamente interessante, pois a neurociência já me chama atenção, combinado aos sonhos e ao Jung, que nossos colegas cada vez mais, apresentam de uma maneira ímpar... só tenho a estudar mais para aprender com esses grandes ícones que nos ensinaram nossa ciência de atuação! Parabéns e obrigado Marisa! Orgulho de fazer parte do espaço pensee!
@psicanalisenacultura
4 жыл бұрын
Olá Lucas, tudo bem? Agradecemos pelo seu Feedback Grande Abraço 🦋😊
@claret-yx9ii
3 жыл бұрын
Jung e seus sonhos, visões, premonições, curas milagrosas, experiências psicocinéticas e proféticas, seus devaneios sobre a vida depois da morte e a reencarnação, suas experiências com os mortos, seu confronto com deuses (arquétipos) na “Terra dos Mortos” (o inconsciente coletivo), seus retiros ascéticos em sua torre de pedra em Bollingen, tudo isso fica entrelaçado nas Memórias, sonhos, reflexões com os temas de suas teorias finais (a teoria do inconsciente coletivo e dos arquétipos) e culmina com a descrição da vida de Jung como demonstração de suas teorias. Dessa forma, Jung se torna a única imagem de individuação completa a ser encontrada na literatura junguiana. Nesse aspecto, tanto na intenção didática quanto no estilo, as Memóriales, sonhos, reflexões se assemelham mais às biografias pagãs de um theos aner como, por exemplo, a “Vida de Apolônio de Tiana” por Filóstrato (século III), ou, em menor grau, às hagiografias cristãs da Idade Média, do que às modernas histórias dos “grandes homens”. [Charles Talbert, “Biographies of philosophers and rulers as instruments of religious propaganda in Mediterranean Antiquity”, em “Aufstieg und Niedergang der romischen Welt” II. 16.2 (1978), p. 1619-51. Na tradição biográfica pagã, segundo Talbert, “a vida do filósofo funciona como legitimação dos ensinamentos dele” (p. 1643). A imagem desse herói personifica o sistema de valores da comunidade que ele tenha fundado. “Essa vida produzida diretamente pela comunidade religiosa poderia com certeza ser dominada um ‘culto-legenda’” (p 1626). De modo similar, afirmo que a imagem idealizada e sacralizada de Jung nas Memórias, sonhos, reflexões se tornou o culto-legenda do movimento junguiano (Noll, 1996, p. 16 e p. 332) O “homem divino” da Antiguidade tardia era um indivíduo carismático, geralmente com um corpo de discípulos que acreditavam ter ele “uma relação especial com os deuses”. [Kee, “Medicine, miracle and magic”, p 84]. Essa relação especial permitia ao homem divino realizar feitos miraculosos de cura e profecia. Apolônio de Tiana, por exemplo, tinha, segundo Filóstrato, o dom da profecia e podia “receber e interpretar mensagens divinas em forma de sonhos” [Kee, “Medicine, miracle and magic”, p 85]. (...) De modo bastante semelhante ao que aconteceu com o movimento freudiano e com o junguiano (entre muitos outros), alguns homens santos atraíam centenas de seguidores. Além disso, tal qual ocorreu com a fundação de institutos oficiais de formação analistas freudianos ou junguianos e a proliferação de organizações sociais junguianas, em larga medida compostas de pacientes de analistas junguianos, o Egito da Antiguidade tardia (séculos II e III) “constitui a primeira mostra da formação de uma clientela leiga e clerical em torno do homem santo [...] [Brown, “The rise and function of the holy man”, p. 101]. Outro paralelo com os tempos modernos é a afirmação de que “os arqueólogos revelaram que os solitários claustros dos reclusos no Egito dispunham de consultórios médicos bem providos” [ibidem]. Nas Memórias, sonhos, reflexões, portanto, não temos a história de um homem que era um médico e cientista renomado, mas antes o mito de um herói divino, um homem realmente santo, uma vida diretamente produzida por uma comunidade essencialmente religiosa e, em decorrência disso, uma biografia enquanto “culto-legenda”. No movimento junguiano, a vida de Jung tornou-se a base de valores e crenças compartilhadas do transcendente (o inconsciente coletivo) e da redenção (a individuação). Só que hoje sabemos o quanto essa imagem de Jung parece ter sido fabricada (admitindo-se que tal é, infelizmente, a tragédia de todas as biografias de celebridades). O culto-legenda que tem sido reverentemente sustentado após a morte de Jung pelo movimento junguiano (e especialmente por sua elite de analistas) se assemelha ao fenômeno sociológico do “pseudo carisma fabricado”, através do qual os meios de comunicação de massa são usados por elites sequiosas de poder para promover fantasias sedutoras e, assim, garantir e conservar ganhos econômicos e sociais. [Ver Ronald Glassman, “Manufactured charisma and legitimacy”, em Social Research, 42: 615-36 (1975)]. (Noll, 1996, p. 17-8 e p. 342)
@gabrielakukla1625
4 жыл бұрын
Maravilhoso!
@psicanalisenacultura
4 жыл бұрын
Olá Gabriela, ficamos felizes que tenha gostado do vídeo, Grande Abraço 😊
@marcelaneto1673
5 жыл бұрын
Perfeitooo❤
@psicanalisenacultura
4 жыл бұрын
Olá Marcela tudo bem? Agradecemos pelo seu Feedback. Grande Abraço 🦋😊
@claret-yx9ii
3 жыл бұрын
Por outro lado, Jung, com personalidade cindida em duas, não tinha um lugar nem contato com algo como o inconsciente reprimido. Winnicott diz: “Não é possível conceber um inconsciente reprimido com uma mente cindida; ao invés disso, o que se encontra é a dissociação” (1989a, pp. 488-9; tr. p. 370). A autobiografia de Jung dá indicações de que ele fez várias tentativas (por exemplo, nas brincadeiras de construir e destruir coisas), todas malogradas, de se apossar da sua impulsividade. A exploração por parte de Jung do inconsciente coletivo teria uma função defensiva e faria parte da tentativa de lidar “com sua falta de contato com o que poderia agora ser chamado de o-inconsciente-segundo-Freud” (1989a, p. 488; tr. p. 369), isto é, com o fato de não ter acesso ao inconsciente reprimido da psiconeurose, tampouco, ao inconsciente, que, na formulação de Freud, é a parte da psique muito próxima do funcionamento neurofisiológico (cf. p. 90; tr. p. 73). O que Jung conseguiu foi o contato com a vida subjetiva, secreta, mas que só podia ser vivida num lugar habitado pelos mortos e em meio a “todas aquelas coisas que se passam em cavernas subterrâneas” (1989a, p. 90; tr. p. 73). Em outras palavras, Jung passou a ver o seu inconsciente como expresso na “mitologia do mundo, na qual há um conluio entre o indivíduo e as realidades psíquicas internas maternas.(no caso de Jung, é a depressão da mãe).8 Nesse contexto especial, o inconsciente significa que a integração do ego não é capaz de abranger algo.9 O ego é imaturo demais para reunir todos os fenômenos dentro da área da onipotência pessoal” (1989a, p. 90; tr. p. 73). Acabou condenado, como vimos, ao retraimento, condição distinta de um resultado de análise exitosa. (Loparic, 2007, p.16)
@claret-yx9ii
3 жыл бұрын
“Afinal, a preocupação do médico deve ser o doente, e não o curado.” - JUNG, C. G. A prática da psicoterapia (O.C.XVlI). Petrópolis: Vozes, 1981, p. 14 (par. 21).
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