No Mosteiro da Batalha (Portugal) existe um túmulo que retém os restos mortais de um soldado português desconhecido da 1ª Guerra Mundial, homenageado com a "guarda" do seu último local de descanso desde 1921.
No dia 9 de Abril de 1921 foram conduzidos em cortejo desde Lisboa a Leiria, e no dia 10 de Abril de Leiria até o Mosteiro da Batalha, Templo da Pátria. Os dois Soldados Desconhecidos, vindos da Flandres e da África Portuguesa representando os gloriosos mortos das expedições enviadas aos referidos teatros de operações e simbolizando o sacrifício heróico do Povo Português.
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a saber mais:
Depois do fim da Grande Guerra (1914-1918), emergiu em diversos países a ideia de render homenagem aos soldados cujos corpos não tinham sido identificados. Em França, a ideia surgiu de Francis Simon e de Maurice Maunoury, como uma renovação de uma ideia anteriormente apresentada pelo príncipe Joinville depois da guerra de 1870. A decisão de inumar os restos mortais de um soldado não identificado morto no "Campo de Honra", no decurso da guerra, sob o Arco do Triunfo, em Paris, foi tomada pelo Parlamento em 1920.
Foram exumados oito corpos de soldados desconhecidos de diferentes sectores da frente de batalha, os quais foram transportados para a cidadela de Verdun. Aí foi feita a escolha pelo soldado Auguste Thin, soldado da guarda de honra, e filho de um combatente desaparecido em combate durante a Grande Guerra, no dia 10 de Novembro de 1920, às 15 horas, quando colocou um ramos de flores sobre um dos oito sarcófagos dos soldados desconhecidos que se encontravam em câmara ardente na cidadela de Verdun. O sarcófago escolhido foi no dia seguinte, 11 de Novembro, para o Arco do Triunfo, onde ficou em câmara ardente até ao dia 28 de Janeiro de 1921, dia em que foi inumado ao centro do Arco do Triunfo, virado para os Campos Eliseus. Assim a ideia de uma cerimónia para sepultar um soldado anónimo que encarnasse todos os não identificados, partiu dos franceses, seguidos pelos ingleses, italianos, portugueses e americanos.
Ainda durante o ano de 1921, a Itália, Portugal, a Bélgica e os Estados Unidos da América tomaram a decisão de honrar o seu "soldado desconhecido", como outros se seguiram em 1922, como a Grécia, a Checoslováquia, Jugoslávia e a Polónia.
Todas estas cerimónias foram protocolarmente muito similares à que foi executada a 10 e 11 de Novembro de 1920 em França. Partiu da escolha de um corpo anónimo proveniente o campo de batalha mítico para a nação, em França foi escolhido "Verdun", o qual foi transferido para a capital, Paris, num edifício profano e simbólico, em París - place Denfert Rochereau -, para uma vigília fúnebre, no dia 10 e noite de 10 para 11 de Novembro.
No dia seguinte, 11 de Novembro de manhã, à imagem de um enterro solene, os mutilados e uma família fictícia, uma viúva, uma mãe e um órfão, acompanharam o transporte do soldado desconhecido a som de tiros de canhão. O cortejo fúnebre terminou no local de repouso do soldado desconhecido, em Paris o Arco do Triunfo. A lápide tem escrito apenas "Ici repose un soldat français mort pour la France (1914-1918)"
Em Portugal, a 18 de Março de 1921 o Governo autorizou a transladação de dois Soldados Desconhecidos, um da França (Flandres) e outro da África (Moçambique), para o Panteão da Batalha. Foi, ainda, decidido que a cerimónia seria efectuada no dia 9 de Abril de 1921 e para tal decretou esse dia como feriado nacional. (Diário da Câmara dos Deputados, 41ª Sessão,18 de Março de 1921, p. 21)
Ainda em Março de 1921 o Governo português tratou, através do seu adido militar em Paris, da documentação necessária para a transladação do Soldado Desconhecido da França para Portugal. (PTA HM/DIV/1/36/29/11, de 1921/04/05). A 5 de Abril de 1921, por ordem do Senado da República (Diário do Senado da República, sessão 34ª, 5 de Abril de 1921, pp. 3-7.) foi aberto um crédito para o Ministério da Guerra fazer face às despesas das homenagens a serem prestadas aos Soldados Desconhecidos.
A Pátria tinha uma "Dívida Sagrada" perante aqueles que tombaram em combate. Com absoluta justiça existe uma dívida nacional contraída com aqueles que pela Pátria se imolaram gloriosamente na ara do sacrifício. É de todos, a todos cumpre conhecê-la e saldá-la na quota parte do seu valor. Esquecer qualquer dívida é degradante, esquecer uma dívida de sangue é ingratidão levada ao aviltamento.
Негізгі бет Render da guarda ao túmulo do soldado desconhecido
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