Gostaria de compartilhar algumas palavras sobre a essência e propósito deste vídeo.
O poema que você está prestes a ouvir aborda um tema sensível e doloroso.
No entanto, é crucial esclarecer que nosso objetivo ao criar este vídeo não é, de forma alguma, romantizar ou glorificar essa ação devastadora, mas oferecer uma mensagem de esperança, força e solidariedade para aqueles que lutam silenciosamente contra seus próprios demônios internos.
O poema, intitulado "Na manhã seguinte em que me matei", é uma expressão artística destinada a dar voz às experiências emocionais complexas daqueles que enfrentam batalhas internas profundas. Ele retrata a jornada de alguém que, apesar de estar à beira do abismo, encontra pequenos momentos de beleza e conexão humana que o impedem de seguir adiante com seu plano.
É importante destacar que, ao compartilhar este poema, meu objetivo não é minimizar a dor e o sofrimento associados a ele, nem sugerir que tais experiências possam ser facilmente superadas. Pelo contrário, espero que este vídeo sirva como um lembrete de que, mesmo nos momentos mais sombrios, há sempre luz e amor ao nosso redor - mesmo que possa ser difícil enxergá-los.
Aos que lutam contra esses pensamentos, quero dizer que vocês não estão sozinhos. Há pessoas ao seu redor que se importam profundamente com vocês e estão dispostas a ajudar. Procure ajuda, fale sobre seus sentimentos e lembre-se de que há esperança mesmo nos momentos mais difíceis.
Por fim, gostaria de expressar minha gratidão a Meggie Royer, autora do poema, por sua incrível habilidade em capturar a complexidade e a profundidade das emoções humanas.
Espero que este poema e as palavras que o acompanham possam servir como um lembrete de que, mesmo nos momentos mais escuros, há sempre uma luz brilhante no horizonte.
O Poema Original você pode ler aqui:
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Na Manhã Seguinte Em Que Me Matei
Na manhã seguinte em que me matei, acordei. Preparei o café da manhã na cama.
Adicionei sal e pimenta aos ovos e usei minha torrada para fazer um sanduíche de queijo e bacon. Espremi uma laranja em um copo de suco. Raspei os restos da frigideira e limpei a manteiga da bancada. Lavei a louça e dobrei as toalhas. Na manhã seguinte em que me matei, me apaixonei. Não pelo garoto da rua ou pelo diretor do ensino médio.
Não pelo corredor diário ou pelo dono da mercearia que sempre deixava os abacates fora da sacola. Eu me apaixonei por minha mãe e pela maneira como ela se sentou no chão do meu quarto segurando cada pedra da minha coleção nas palmas das mãos até que elas escurecessem de suor. Eu me apaixonei por meu pai lá no rio, quando ele colocou meu bilhete em uma garrafa e a jogou na correnteza. Pelo meu irmão, que antes acreditava em unicórnios, mas que agora estava sentado em sua carteira na escola, tentando desesperadamente acreditar que eu ainda existia. Na manhã seguinte em que me matei, levei o cachorro para passear. Observei a maneira como sua cauda se mexia quando um pássaro voava ou como seu ritmo acelerava ao avistar um gato. Eu vi o espaço vazio em seus olhos quando ela alcançou uma vara e se virou para me cumprimentar para que pudéssemos brincar de pega-pega, mas não vi nada além do céu em meu lugar.
Fiquei parada enquanto estranhos acariciavam seu focinho e ele murchava sob o toque deles, como fez uma vez comigo. Na manhã seguinte em que me matei, voltei ao quintal dos vizinhos, onde deixei minhas pegadas no concreto quando tinha dois anos e observei como elas já estavam desaparecendo. Colhi algumas orquídeas, arranquei algumas ervas daninhas e observei a senhora idosa pela janela enquanto ela lia o jornal com a notícia da minha morte. Vi o marido dela cuspir na pia da cozinha e trazer-lhe a medicação diária.
Na manhã seguinte em que me matei, vi o sol nascer. Cada laranjeira se abria como uma mão e o garoto da rua apontava uma única nuvem vermelha para a mãe. Na manhã seguinte em que me matei, voltei até aquele corpo no necrotério e tentei colocar algum juízo nele. Contei a ela sobre os abacates e as pedras, o rio e seus pais. Contei a ela sobre o pôr do sol, o cachorro e a praia. Na manhã seguinte em que me matei, tentei me matar, mas não consegui terminar o que comecei.
Meggie Royer
Obrigada por assistir. Que Deus abençoe e ilumine sua vida.
Негізгі бет Um Poema Sensível e Corajoso 🪷🤍🪷
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