Introductory note:
Below the text in portuguese, fixed at the top of the comment space, you can read him translated into english.
... Hoje vos trago algo da “alma hispânica”...
Originários dos arredores de Madrid, o seu nome mescla latinidade (Vetusta), que significa “muito velho” e uma personagem (Morla) da inesquecível obra fantástica, “Never Ending Story”...
Sua sonoridade resulta da fusão de estilos e gêneros pop-rock-indie que, no meu caso concreto, “me arrebatou” quando, ao assistir a uma das séries televisivas mais brilhantes até hoje realizadas (“La Casa de Papel”), a personagem “Tóquio”, em pleno roubo no interior do Banco de Espanha, dança ébria ao som de “La Deriva”.
Creio que já o confessei aqui, em textos anteriores, que as “assinaturas cadenciais” executadas no bumbo, tom’s ou caixa são as que mais prazer me fazem sentir... E, no trabalho em destaque, tais matrizes são soberanas e magnificas...
Poder-se-á dizer que estamos perante uma composição “hipersônica”, onde tudo parece ter sido fruto de muitas horas de experimentos e sem margem para qualquer improvisação, à imagem e semelhança do seriado já aludido em epígrafe - imaculada sinergia e concertação entre música e arte cênica...
O enredo citado gira em torno de um "plano de uma vida", concebido “ao milímetro”, para entrar na Casa da Moeda, em Madrid, manter as autoridades inertes com o sequestro de reféns, e fabricar uma quantia bilionária de divisas, tudo respaldado numa estratégia arrojada de fuga.
Mas, a planificação da audaciosa aventura, obviamente, sofre revezes... A dado momento do desenlace, cada uma das personagens titubeia, sente-se “à deriva, sem leme e sem rumo”...
Não é só no plano criativo do autor que a obra se faz esplêndida. “La Casa de Papel” é um mimo de argumento, interpretação, diálogos e emotividade por parte de todos os intervenientes. Costuma-se sobrevalorizar os atores, em detrimento dos autores e roteiristas (assim como os vocalistas das Bandas, em detrimento dos outros músicos), mas na dita série, todos, sem exceção, merecem o melhor dos galardões...
A ideia central e latente do enredo é justificar o uso de determinados meios para resistir e colocar em cheque um “sistema aglutinador e triturador” que, a quase todos, verga e oprime.
Falamos do “sistema monetário/bancário” que “dita e regula as diretrizes”, à escala planetária...
Não confundam. Não se coloca aqui em causa, o regime econômico assente em bases capitalistas - o mérito de adquirir e possuir bens e patrimônio, por meios probos e impolutos é, em tese, e até surgir outro melhor, o mais justo (não moral ou ético, entenda-se) dos sistemas econômicos.
A perversidade - todo e qualquer "sistema", vivo ou criado, sofre de determinado "vício, sabotagem ou toxicidade" -, opera-se num dos pilares do mesmo, aquele que o subsidia, denominado “sistema bancário e política monetária”...
A “tirania bancária”, esse “engenho criminoso” que a todos submete, é que aqui se enfatiza...
Uma ideia genial de uns poucos para tudo controlar...
Ninguém é obrigado a colocar o seu dinheiro no banco ou a contrair com ele determinados serviços ou empréstimos - constatação óbvia...
Mas a questão é: consegue-se viver sem esses dois recursos?...
Visto “à lupa e com ampliado campo de visão”, estamos perante uma “institucionalização legal e tacitamente aceite de usura” (assim como é pacífico que a Suíça e outros paraísos fiscais mais recentes operem “a céu aberto” como redutos que abrigam fortunas provenientes dos mais diversos crimes), com total domínio e plena liberdade de ação...
Na trama, o grupo comete uma série de crimes tipificados no código penal: sequestro, ameaça, tomada de reféns, invasão de propriedade pública e posse de armas proibidas...
E o sistema bancário, monetário e financeiro?...
Diria que perpetua um “ato típico e permanente contra a humanidade”, paradoxal e eufemisticamente, considerado lícito por todos...
O missivista, um "legalista inveterado", não faz aqui qualquer apologia, nem se coloca em nenhum dos dois lados, tão só, “cutuca consciências e chocalha realidades”, por meio deste “prototípico espaço”, o qual oferta “limitadas edições percussivo-literárias de luxo”, visando contempladores e aficionados...
Негізгі бет Vetusta Morla - La Deriva ***(Ultra Alquemical Drum Cover)***
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