Descobri outra preciosidade da TV brasileira que estava moquifada em videos musicais de nomes da MPB. Retirado da conta clamagoada, eis aquilo que pode ser considerado "ouro puro" para os YTmaníacos: trechos de uma vinheta relâmpago do Troféu Imprensa de 1974 (com a participação de Roberto Carlos acendendo um cachimbo), dos tempos em que o Programa Silvio Santos ocupava as tardes de domingo da Rede Globo.
Peço desculpas do porquê que o video aparece miúdo na tela, é porque foi captado em HD e como eu editei on-line no JayCut saiu assim mesmo, tudo bem? A vinheta é de 1974 anunciando a premiação aos melhores artistas da música e da TV de 1973, em votação nominal realizada por um corpo de 10 jurados em 2 de dezembro de 1973 dentro do Programa Silvio Santos, cuja entrega das estatuetas aconteceu em 12 de maio de 1974, conforme é anunciado neste video, no mesmo programa.
A escolha dos melhores de 1973 foi considerada uma das edições mais controversas da história do Troféu Imprensa. Segundo matéria da Folha de São Paulo publicada em 10 de dezembro de 1973, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais Adriano Compagnolo liderou um boicote aos vários presidentes de sindicatos filiados de todo o Brasil por discordar dos critérios que foram adotados na premiação e da total falta de assessoria na elaboração da escolha dos melhores do ano, não se convencendo do argumento de Silvio Santos que falava que "a premiação é uma homenagem a imprensa brasileira", mas a própria imprensa não dava crédito a tal prêmio. Para compensar a ausência dos presidentes dos sindicatos, Silvio teria recrutado figurantes se passando como jornalistas e presidentes de tais sindicatos. Um dos jurados se chamava Edison Vidigal, que se passava como presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, que por sua vez era presidida oficialmente por Maria Genoveva de Aguiar Moraes Correa (que foi proibida de participar do programa pela própria Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais). Denúncias da época diziam que Edison Vidigal nunca exerceu a função de jornalista como também não presidiu sindicato algum. As críticas que recaíam na premiação eram na escolha das categorias, no corpo de jurados composto somente por presidentes de sindicatos de jornalistas e radialistas ao invés de críticos e colunistas da área e no local de votação, cujo voto era aberto e nominal diante das "colegas de trabalho" de Silvio Santos (que promoviam uma "torcida organizada" para certos indicados e em especial ao dito cujo futuro Patrão). A maior polêmica do Troféu Imprensa de 1973 foi a indicação e premiação de Lima Duarte na categoria Revelação Masculina e Silvio Santos, na época, explicou que "pelo fato do ator Lima Duarte ter trabalhado durante muitos anos na TV Tupi de São Paulo, ele é muito pouco conhecido em todo o Brasil. Sei que os críticos de São Paulo não vão concordar com essas escolhas, mas é preciso que saibam que o Brasil não é só São Paulo".
O sistema de votação adotada na década de 70 pelo Troféu Imprensa era o seguinte: foram distribuídos 300 questionários, sendo 210 para São Paulo (pela revista Melodias) e 90 para o Rio de Janeiro (pela revista Amiga). Os 300 questionários foram divididos dessa maneira: 70 votos dos profissionais de TV de São Paulo, 29 votos dos profissionais de TV da Guanabara, 61 votos dos jornalistas da Guanabara, 40 votos dos jornalistas de São Paulo e 100 votos do público telespectador de São Paulo. Após tabulação feita pela produção do Programa Silvio Santos, foram conhecidos os três indicados em cada uma das 20 categorias da premiação, cujos vencedores foram estes: Márcia de Windsor e Tônia Carrero (figura mais elegante), Vera Fischer (figura mais bonita), Chico Anysio (humorista), Elizete Cardoso (cantora), Vila Sésamo (programa infantil), Geraldo José de Almeida (locutor esportivo), João Saldanha (comentarista esportivo), Salão da Criança (comercial), Sandra Bréa (revelação feminina), Lima Duarte (revelação masculina), O Show Já Terminou (música do ano), Sérgio Chapelin (apresentador de telejornal), José Fernandes (jurado), Fantástico (programa de TV), O Bem-Amado (novela), Regina Duarte (atriz), Paulo Gracindo (ator), Silvio Santos (figura mais simpática e animador/apresentador de TV), Gilberto Gil e Roberto Carlos (cantor), além de Wanderley Cardoso, eleito Rei da Televisão de 1973, e Glória Menezes, eleita Rainha da Televisão de 1973. No dia da premiação, em 12 de maio de 1974, destaque para a atriz Regina Duarte, que após receber o troféu de melhor atriz, anunciou que abria mão da estatueta em favor de sua concorrente Eva Wilma (que havia feito o papel duplo de Ruth/Raquel na novela Mulheres de Areia pela Rede Tupi).
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Негізгі бет Vinheta do Troféu Imprensa de 1974 (Os Melhores de 1973)
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